sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Ciro quer nome do setor produtivo para vice

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, disse ontem, em entrevista coletiva, que deseja um nome do setor produtivo como candidato a vice-presidente na chapa que desenha para a disputa pelo Executivo Federal. Segundo o pedetista, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, está empenhado em conversas que visam a composição da candidatura, mas, de antemão, Ciro ressaltou que “gostaria muito de aperfeiçoar no simbólico a minha chapa com um nome da produção”. As declarações foram dadas no Marina Park Hotel, onde ele palestrou, à noite, para um público de apoiadores antes de um jantar promovido pelo PDT para arrecadação de fundos que custeiem as viagens de Ciro pelo País.
O jantar de adesão promovido pelo PDT reuniu as principais lideranças governistas do Estado, além de dirigentes partidários, deputados, secretários e outros apoiadores. O pré-candidato chegou ao local acompanhado do irmão e também ex-governador, Cid Gomes, do governador Camilo Santana (PT), do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e, ainda, dos presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), e da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Salmito Filho (PDT).
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e André Figueiredo, que preside a legenda no Ceará, também estiveram presentes, assim como deputados da base aliada de Camilo na Assembleia, como Fernando Hugo (PP), Audic Mota (PMDB), Dr. Sarto (PDT), Tin Gomes (PHS) e outros. Ciro proferiu palestra com o tema “Um Brasil forte para quem trabalha e produz”, com ingressos individuais a mil reais.
Aos jornalistas, ele reafirmou que, com a pré-candidatura, o PDT busca “responder aos problemas com um novo e emancipador projeto nacional de desenvolvimento” e sustentou que, em suas viagens pelo País, tem percebido que, depois de “fenômenos” como João Doria e Luciano Huck “virarem na curva”, a população quer “experiência”.
“Quer concretude, quer uma vida política limpa, quer ficha limpa, e isso, para nós, é uma inspiração, porque agora estamos dedicados a pesquisar soluções para os problemas”, defendeu. Perguntado pelo Diário do Nordeste sobre o nome que representaria tal experiência para a composição da chapa, ele afirmou que, junto a Carlos Lupi, tem travado diálogos e, das conversas, deve surgir a composição da chapa. Ciro ressaltou, contudo, que gostaria de aperfeiçoar simbolicamente a candidatura “com um nome da produção”.
“Um empresário que tivesse compromisso com a produção, que tivesse compromisso com o capital nacional brasileiro, para que nós dois, juntos, pudéssemos sinalizar para o povo brasileiro que esse projeto nacional que nós defendemos vem para ajudar e unir quem trabalha com quem produz no Brasil”, disse.
Articulação
Responsável por articular o jantar de adesão, o ex-governador Cid Gomes passou a manhã de ontem na Assembleia Legislativa, no gabinete de Tin Gomes, conversando com deputados governistas sobre a organização do evento da noite, cujo objetivo era arrecadar R$ 2 milhões para financiar as viagens de Ciro pelo Brasil. À noite, o pré-candidato e André Figueiredo disseram que não tinham, ainda, informações sobre o valor arrecadado.
Para Cid Gomes, as últimas pesquisas eleitorais divulgadas não refletem o que vai se consolidar na campanha. Ele disse que há muitas incertezas sobre a pretensa candidatura de Lula e destacou que, na oposição, enquanto o PSDB está dividido, o PMDB não deve lançar candidatura própria, o que pode favorecer o crescimento de Ciro nas pesquisas futuras, visto a capacidade de sua argumentação.
No que diz respeito ao Ceará, o ex-governador ressaltou que existem características em uma eleição nacional que não são reproduzidas em sua plenitude nos estados, como aconteceu com ele, em 2002, quando era prefeito de Sobral e apoiou Ciro para a Presidência, enquanto o PT, seu aliado na Prefeitura, apoiou o nome de Lula.
“A gente superou isso. E aqui no Ceará, mesmo o Lula não sendo o candidato, acredito que o PT terá candidatura no primeiro turno, e é natural que os membros do partido trabalhem pela candidatura do partido deles”, disse. Cid Gomes destacou que é necessária a apresentação de um conjunto de propostas e bandeiras em comum a todos os partidos progressistas: “Ciro pode ser beneficiário desse pacto”.
Bancada federal
Sobre a aproximação entre o governador Camilo Santana e o senador Eunício Oliveira, (PMDB), o pedetista opinou que, mais que elogiável, é uma obrigação dos dois chefes de poderes atraírem recursos para o Estado. No entanto, destacou que, se houver espaço nessa relação para uma proximidade entre os partidos aliados e o PMDB, com vistas ao pleito de 2018, isso terá que ser construído.
“E deverá ser uma relação profissional, no sentido de colocar o Ceará acima de qualquer questão partidária ou eleitoral”, disse. Sobre as pretensões do PDT em 2018, o ex-governador afirmou que a intenção do partido é ampliar as bancadas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Para isso, estuda possibilidades que vão desde a constituição de um “blocão” com diversos partidos à formação de pequenos blocos ou chapas individuais.
Fonte: Diario do Nordeste

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