sexta-feira, 31 de março de 2017

Mais Infância Ceará: último dia do Seminário é marcado por debates voltados para a neurociência infantil e a vulnerabilidade social na primeira infância

Estímulos aos contextos que perpassam a saúde e a educação de crianças durante a primeira infância (0 a 3 anos), sem deixar de lembrar da luta diária e necessária contra o trabalho infantil, foram temas desenhados durante palestras do último dia do “Seminário Internacional Mais Infância Ceará: Criança É Prioridade”, na tarde desta sexta-feira (31), no Centro de Eventos do Ceará. 


O evento, parte do Programa Mais Infância Ceará, idealizado pela primeira-dama do Estado, Onélia Leite de Santana, teve abertura na última quinta-feira (30). Mais de 1.400 pessoas, entre prefeitos, primeiras-damas e técnicos em Educação, Saúde e Assistência Social dos municípios cearenses participaram dos dois dias de programação.

Dentre as muitas palestras que alicerçaram o último dia de debates, a explanação do professor titular (aposentado) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Lino de Macedo, mostrou desafios lúcidos na formação dos pequenos no âmbito da neurociência. O especialista, que também compartilhou vivências pessoais enquanto pai, elogiou os programas voltados à primeira infância do estado do Ceará. 

Segundo ele, os projetos pensam as crianças enquanto cidadãs, na perspectiva de participação na comunidade. “Quando um estado ou um município desenvolve programas efetivos, que têm monitoramento, regulação, garra, empenho e entusiasmo, são muito bons, sobretudo quando beneficia famílias pobres, porque eles precisam do apoio do Estado. E o Ceará cumpre um papel maravilhoso”, certifica.


Após esse momento inicial sobre o tema, o evento contou ainda com uma Mesa Redonda que expôs experiências internacionais de políticas públicas de desenvolvimento infantil na América Latina. A assistente social pela Universidade do Chile, Juanet Leguas, trouxe informações sobre programas que se assemelham ao Mais Infância Ceará no país chileno. “Temos vários desafios em comum, como integração e a potencialização de projetos que acolham a primeira infância. O Ceará, por exemplo, trabalha bem com a intersetorialidade, o que é um desafio. O Padin faz isso muito bem”, assegura. 

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil, o Padin é  um dos pilares do Mais Infância. O programa promove visitas domiciliares, encontros coletivos e comunitários para acompanhar e orientar mães, pais e cuidadores das crianças de 0 a 3 anos e 11 meses.

A economista sênior do Banco Mundial, em Washington, Rita Almeida, mediou uma das palestras e garantiu que os projetos desenvolvidos no Ceará têm “total apoio” do Banco Mundial para que ações como o Mais Infância Ceará aconteçam. “Duas coisas fundamentais devem ser destacadas: temos, aqui, gestores políticos municipais, que são os gestores da outra ponta, e não só estaduais. O estudos trazidos para eles vão influenciar na qualidade da intervenção de medidas a serem aplicadas nas cidades”, soma. 



A primeira-dama do Estado, Onélia Leite de Santana, agradeceu os parceiros do evento, a presença dos prefeitos, primeiras-damas e secretários dos municípios cearenses, e enfatizou que, não só representantes do Estado participaram do seminário, como gestores de outras unidades federativas, como Maranhão, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Piauí. "Foi um prazer imenso passar esses dois dias discutindo políticas públicas para a infância. Levando em consideração que muitos municípios mudaram seus gestores, aqui é o momento da gente trazer essa reflexão, colocar a infância como prioridade", reitera.


A primeira-dama de Fortaleza, Carolina Bezerra, também esteve presente na cerimônia. Segundo ela, as tratativas entre Estado e Município em projetos que envolvem o cenário da primeira infância estão sendo consolidados. “A gente tem uma aproximação grande. O Padin, que é do Estado, está entrando no município de Fortaleza. Ampliação de creches, espaço público pra brincar e a visita domiciliar formam um tripé que não pode faltar”, certifica. 

A PhD em Demografia pela Princeton University, em Nova Jersey, nos EUA, Márcia Castro, também participou da programação. Professora associada da Harvard T.H School Of Public Health, Márcia tratou problemáticas que, comprometem o crescimento saudável das crianças, como pobreza, desnutrição e contato com doenças infecciosas.

O último dia do Seminário foi marcado, ainda, por debates sobre o tema da infância pelos secretários estaduais Henrique Javi (Saúde), Josbertini Clementino (Assistência Social) e Fabiano Piúba (Cultura). O coordenador da Cooperação com os Municípios (Copen), da Secretaria da Educação, Márcio Brito, representou o titular da pasta, Idilvan Alencar.

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